PEDAGOGIA 2012
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
A importância do currículo
O currículo possibilita a compreensão da diversidade, rompendo com a hierarquização que não se compromete com o poder de diferenciar, de discriminar, de excluir. Você concorda?
Currículo real, oculto e prescrito
CURRÍCULO, PRESCRITO, REAL E OCULTO
O currículo escolar é composto pela seleção, organização e sistematização dos conhecimentos historicamente constituídos e acumulados que se supõe que os alunos devem aprender, assim percebe-se a definição e as funções do currículo escolar. O currículo pode ser real, oculto e prescrito, vamos a definição de cada um deles.
Segundo Perrenoud (1995), o currículo formal controla de certa forma, o processo educativo em determinado contexto onde ele é utilizado como balizador das práticas pedagógicas cotidianas e da avaliação. " A cultura que deve ser concretamente ensinada e avaliada na aula é apenas balizada pelo currículo formal. Este apenas fornece uma trama, a partir da qual os professores devem elaborar um tecido cerrado de noções, esquemas, informações, métodos, códigos, regras que vão tentar transmitir" (PERRENOUD, 1995, p. 42-43).
Dessa maneira percebe-se que o currículo prescrito se constitui em documentos que irão orientar o desenvolvimento da educação em determinado ambiente, porém não a determinará. Exemplos disso são as Diretrizes Curriculares para a Educação de Jovens e Adultos, elas direcionam o ensino para este determinado público, mas não determinam de fato como ele será realizado na prática. Outros exemplos são os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN´s), Projeto Político Pedagógico (PPP) de alguma jurisprudência ou instituição, a Proposta Curricular dos estabelecimentos de ensino, planos de aula, entre outros que direciona as práticas educativas.
Para Perrenoud (1995), currículo real é a forma como se concretiza no dia a dia o currículo prescrito. Por mais pormenorizado que seja, o currículo prescrito não consegue programar completamente tudo o que será realizado em sala de aula. Desta forma, cabe ao professor selecionar o que a instituição prescreve (ainda que de forma vaga), bem como as preferências de seus alunos, suas próprias preferências e as limitações da
Entende-se que a prática docente deve ser minuciosamente planejada e é neste planejamento de suas aulas que o professor inicia o currículo real. Ao arquitetar sua prática, o docente terá consciência de quais procedimentos podem ou não ser desenvolvidos em sua turma, de acordo com a realidade vivenciada na sala de aula. Contudo, esse currículo não se encerra na concretização do planejamento. Ele sofre a influência das reações e das iniciativas dos alunos, fazendo com que o professor, às vezes, tenha que ter o seu trabalho improvisado em sala de aula. Perrenoud (1995) afirma que "O currículo real nunca é a estrita realização de uma intenção do professor. As atividades, o trabalho escolar dos alunos escapa parcialmente ao seu controle, porque, no seu percurso didático, nem tudo é escolhido de forma perfeitamente consciente e, sobretudo, porque as resistências dos alunos e as eventualidades da prática pedagógica e da vida quotidiana na aula fazem com que as atividades nunca se desenrolem exatamente como estava previsto. (PERRENOUD, 1955, p.51).
Assim, segundo o autor que nem tudo se desenrola na sala de aula da forma que está no planejamento, pois no cotidiano da vida escolar, ocorre certa negociação entre professor e alunos. Os alunos possuem certo controle sobre o ritmo e a intensidade do trabalho do professor em sala e podem negociar a sua boa vontade, fazendo com que aumente o distanciamento entre o currículo prescrito e o real.
No cotidiano escolar ocorre uma série de situações de aprendizagens nas quais são interiorizados conhecimentos que não estão previstos e nem pretendidos anteriormente, ou explicitamente. A prolongada exposição dos alunos a esse ambiente de transmissão de conhecimentos implícitos implica que eles alcancem
certos princípios de conduta, normas sociais e modos de pensar. Essas aprendizagens, que são apreendidas no domínio do não-dito, constituem-se nos conteúdos do currículo oculto ou escondido, como afirma Perrenoud (1995).
Para Silva (2003) os saberes, valores, práticas e ideologias que não estão prescritos no currículo formal, mas são ensinados de forma implícita, fazem parte do currículo oculto. Porém, o currículo oculto não se manifesta somente por meio do habitus do docente, mas também por todos aqueles aspectos do ambiente escolar que, sem fazer parte do currículo oficial, explícito, contribuem, de forma implícita, para aprendizagens sociais relevantes (SILVA, 2003, p.78).
Referências Bibliográficas
PERRENOUD, Pierre. Currículo
real e trabalho escolar. In: Ofício de aluno e sentido do trabalho escolar.
Porto: Porto Editora, 1995.
SILVA, Thomaz Tadeu. Documentos
de identidade: uma introdução às teorias do currículo. 2. ed. Belo
Horizonte: Autêntica, 2003.
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